Mary Shelley escritora inglesa do século 19 criou Frankenstein. Obra que permite várias interpretações.
O Dr. Victor Frankenstein cria com diferentes partes de cadáveres um novo ser. A criatura não deu muito certo. Talvez quisesse ser mais humana, mas foi mal concebida e, durante sua curta vida, mal tratada e incompreendida pelo seu criador.
Frankenstein virou metáfora para o conjunto de equipamentos ou pessoas organizadas para um determinado fim que em decorrência das diferentes partes que compõe o corpo ou conjunto acaba não dando certo para seu objetivo.
Assim vejo a atual organização administrativa do Futebol do Internacional.
Vejo no bem intencionado presidente Luigi a figura de Victor Frankenstein.
Na sua primeira gestão como organizador singular e máximo do Futebol passaram 3 vice presidentes e 4 técnicos no departamento de futebol. Houve troca de profissionais da comissão técnica.
Ao iniciar a segunda gestão não realizou inovações ao presidir o Futebol.
Montou aos pedaços um departamento de futebol que pode ou não dar certo no curto prazo.
Trouxe seu técnico preferido, Dunga, o grande acerto. Paulo Paixão veio pelo acaso por ter sido relegado pelo tricolor do Humaitá. Politicamente extinguiu a figura do vice de futebol e acomodou politicamente 2 diretores e 2 assessores. Recontratou o diretor executivo com o qual antes havia rescindido.
Um Monstro Alvi Rubro.
A pergunta: Pode dar certo?A Resposta: Quando a bola passa diversas vezes pela linha paralela ao travessão demarcada entre duas traves daquilo que se denomina gol no adversário. Sim, pode dar certo.
Porém Futebol não pode ser mais organizado desta forma. Futebol necessita de planejamento de curto, médio e longo prazo.
Um atleta para jogar como profissional necessita de muito tempo de preparação com trabalho de base.
No médio prazo existem ou existirão fatos que merecem tratamento e organização anterior tais como uma reforma no estádio; a convocação de jogadores do elenco para as seleções nacionais: a venda preparada de atletas; o fim do ciclo de atletas por força da idade.
E no curto prazo deve ser planejado a participação do Clube nas competições que estão à sua disposição.
Para este planejamento o Clube, e não apenas um ou poucos dirigentes, deve estar aberto à novas formas organizacionais, às novas tecnologias, à busca de objetivos estratégicos.
A organização deve ser empresarial mas as regras e conceitos administrativos devem ser adaptados ao conceito centenário de Clube de Futebol.
Clube não tem “cliente”. Tem Torcedor.
Torcedor que se relaciona não com um “produto” e sim com algo subjetivo que é a paixão ao Futebol do “seu” Clube.
Do meu ponto de vista o atual modelo de organização do Futebol Colorado e de outros Clubes é uma Gestão de Crise: 3 resultados positivos ou 3 negativos geram euforia ou crise. Como num passe de mágica tudo está certo ou tudo está errado.
Como são poucas competições para uma cultura que a crise permanente só não existe se o Clube conquistar uma taça o gestor faz somente projetos de curtíssimo prazo. Projetos Frankenstein.
A atual política de contratação de atletas se resume a: “estamos sempre atentos ao mercado”.
É a política do curto prazo sem estar inserida num contexto de planejamento estratégico.
Política que incha o elenco de atletas com altíssimo custo.
Custo que faz o Clube estar sempre correndo atrás de mais recursos.
Daí também sobra o custo para o torcedor com ingressos caros ou para os sócios o aumento de mensalidades.
O torcedor é a parte frágil do Futebol porque paga pela paixão.
A paixão é inesgotável mas o Clube tem o dever de ter sua responsabilidade social. O torcedor deve ser melhor tratado pelos Clubes.
Tenho certeza que os gestores querem acertar assim como o Dr. Victor Frankenstein, mas com o atual modelo onde as partes brigam ou não dialogam com a racionalidade do cérebro o Torcedor fica tão somente à mercê da bola cruzar ou não a linha do gol.
Por gestão com planejamento estratégico, muita transparência e rigor profissional; com democracia da governança corporativa onde as conquistas sejam realizadas por todos que compõe o Clube que inicia no Torcedor e termina no presidente. Não há mais espaço para gestos imperiais que transformam o Clube ou alguns setores em Frankensteins.
Vitor Saydelles
Sócio colorado desde 1997, sob a matrícula nº 8970.00, é bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, advogando desde 1986. Conselheiro do Sport Club Internacional.
“A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas”. Mario Quintana.
Twitter: @vitorsaydelles
Pau na concorrência!
Sócio colorado desde 1997, sob a matrícula nº 8970.00, é bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, advogando desde 1986. Conselheiro do Sport Club Internacional.
“A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas”. Mario Quintana.
Twitter: @vitorsaydelles
Pau na concorrência!


Um comentário:
Excelente analise da atual situação politica colorada. Esse pensamento de agir com a paixão em vez de com a razão tem que acabar para que se obtenha resultados mais facilmente... Andre Dalto
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