terça-feira, 6 de novembro de 2012

O futebol do Internacional e o Gangnam Style

Gangnam é um bairro de classe alta de Seul, capital da Coreia do Sul. Os símbolos da riqueza e do consumismo de luxo estão por ali. Carrões, iates, grandes marcas de roupas e relógios, joias, restaurantes de “chefs” e muitas moças bonitas.

O rapper Park Jae Sang, inspirado em Gangnam, fez música e criou uma coreografia simples e com ritmo. A letra caricaturiza o estilo de vida do bairro. As alegres imagens são eficazes para demonstrar a obra.

Simplicidade e eficiência são as base do alegre clipe da dança de Gangnam que já foi visto por mais de 600 milhões de pessoas.

O Internacional, no futebol, é Gangnam. Tem neste ano receita orçamentária de 200 milhões de reais. Um Clube rico e bem estruturado para saciar todas as necessidades profissionais da comissão técnica e dos atletas. Brevemente terá um dos estádios mais modernos do planeta, com shopping, restaurantes e camarotes de luxo. Tem um dos elencos mais caros do futebol nacional.

E por que perdeu de 3 a zero para o Náutico?

Uma pergunta com várias respostas. A matemática: levou 3 e não fez nenhum.

O treinador alegou que duas bolas paradas alteraram o propósito de jogo do time. As respostas simples para algumas pessoas dão um toque definitivo à questão inicial. Outros torcedores são mais exigentes.

Será que a resposta para o jogo de ontem está contido em seus 90 minutos?

O futebol e a dança do Gangnam têm vários aspectos comuns. Os movimentos são realizados nas três dimensões do espaço; o corpo humano é preparado fisiologicamente; existem efeitos plásticos individuais tanto na dança quanto no futebol. Um drible ou um chute tem a beleza do movimento.

A coreografia é a arte da criação de danças. O coreógrafo é livre para criar, porém o resultado nasce da sua bagagem técnica. A base de seu trabalho é o ritmo que pode seguir a música, contrapor-se a ela, e até criar seu ritmo próprio. O resultado final exige muito treino e técnica. No futebol, mal comparado à dança, a coreografia é o modelo tático de um time.

No pós jogo de ontem o máximo dirigente mais uma vez recitou as respostas conhecidas para outro fracasso: lesões, convocações e cartões atrapalharam a temporada do Clube.

Faltou uma: a falta de tempo para treinar.

Mas esta resposta só pode ser dada quando há competições simultâneas e num ritmo bem compassado ouvimos num pós fracasso: “tem jogo quarta e domingo; quarta e domingo; quarta e domingo; quarta e domingo e não dá para treinar taticamente”.

A partida de ontem foi mais uma num conjunto de outras tantas em que jogamos mal. Lembrem somente das 5 últimas.

Por que nosso time não apresenta nenhum padrão tático? Como joga o INTERNACIONAL? O que faz o treinador? Onde está a repetição de jogadas. Qual é o estilo de jogo? Qual é o ritmo?

 O sucesso, inclusive no futebol, geralmente ocorre com estas repetições táticas simples, eficientes e com ritmo, que possibilitará que a técnica individual apareça.

Por opção administrativa, muito equivocada, a diretoria que é titulada de muito experiente contratou um dançarino para transformá-lo em coreógrafo.

Deveriam ter chamado o coreano Psy do Gangnam Style.


Vitor Saydelles
Sócio colorado desde 1997, sob a matrícula nº 8970.00, é bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, advogando desde 1986.

“A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas”. Mario Quintana. 

Twitter: @vitorsaydelles

Pau na concorrência!

8 comentários:

Anônimo disse...

GENIOOOOOOOOOOOOO

Alexandre R. disse...

opppppaaaaaa GANGNAM STYLE OU GANGUE NO... DEIXA PRA LÁ.

Adir disse...

Se souber dançar Gangnam Style com o mesmo estilo que escreveu, te cuida PSY!

Anônimo disse...

Q espetáculo!!!

Cristiano Pilla Pinto disse...

E aí Vitor!
Grande texto, ótima analogia.
Cristiano Pinto, de Montenegro

Fora Luigi!

Paulinho Dixon - Dr_Inter disse...

Bailamos!

Apesar de ser um balé trágico...um (Beira-)Lago fosse Cisnes... em ocaso!

Parabéns, Mestre!

(apenas digam: CAPTEI !)

Unknown disse...

E continuamos dançando sem aprender coreografia nenhuma!

Anônimo disse...

E aí Vitor!
Grande texto. Ótima analogia.
Abraço Colorado
Cristiano, de Montenegro.
Fora Luigi...

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