Estamos prestes a iniciar os Jogos Olímpicos de Londres! Aproveito, então, para resgatar a história do criador dos Jogos e presidente do
Comitê Olímpico Internacional (1896-1937), Pierre de Coubertin, também conhecido
como Barão de Coubertin. Pierre nasceu em Paris, no dia 1º de janero de 1863. Passou a infância na Normandía. Em Paris cursou Ciências Políticas. Decidiu dedicar sua vida a pedagogia, pensando na reforma da educação da juventude francesa. Criou o Movimento Olímpico, renovando a tradição antiga. Para ele, o “Olimpismo” era indissociável da Cultura, por desenvolver a educação ao mesmo tempo que o corpo.
Em 1894, organizou um congresso internacional na Sorbonne em que
propôs que fosse reinstituída a tradição de realizar um evento desportivo
internacional periódico, inspirado no que se fazia na Grécia antiga.
Este congresso levou à constituição do Comitê Olímpico Internacional, do qual o
barão de Coubertin seria inicialmente secretário geral. Foi também decidido que
os primeiros Jogos Olímpicos da era moderna teriam lugar em Atenas e que a
partir daí, tal como na antiguidade, seriam realizados a cada quatro anos (uma Olimpíada).
Após os Jogos de 1896, Colbertin tornou-se presidente
do COI até 1924 e manteve-se como Presidente Honorário do COI até à sua morte
em 1937 em Genebra. Foi enterrado em Lausane (local da sede do COI), mas o seu
coração está sepultado separadamente, num monumento perto das ruínas da antiga
Olímpia. Coubertin compôs a “Ode ao
Esporte”. Vale relembrá-la:
I Oh! Esporte, prazer dos Deuses, essência da Vida, tu apareceste de súbito, no meio da clareira cinzenta, onde se agita o labor ingrato da existência moderna, como o mensageiro radioso das idades passadas, dessas idades em que a humanidade sorria. No cimo dos montes, um clarão de aurora desceu, e os raios de luz mancharam o solo das sombrias florestas.
II Oh! Esporte, tu és a Beleza! És o arquiteto deste edifício que é o corpo, que pode tornar-se abjeto ou sublime, se degrada na vileza das paixões ou saudavelmente se cultiva no esforço. A Beleza é impossível sem equilíbrio e sem a proporção, e tu és o mestre incomparável de um e de outro, porque geras a harmonia, ritmas os movimentos, tornas a força graciosa e dás poder ao que é submisso.
III Oh! Esporte, tu és a Justiça! A equidade perfeita, em vão perseguida pelos homens nas instituições sociais, estabelece-se por si própria, à tua volta. Ninguém poderia ultrapassar, de um centímetro que fosse, a altura que ele permite saltar, nem de um simples minuto o tempo que ele permite correr. São as suas forças físicas e morais combinadas que determinam o limite do seu sucesso.
IV Oh! Esporte, tu és a Ousadia! Todo o sentido do esforço muscular se resume numa única palavra: ousar. Para que serviriam os músculos, que utilidade teria o sentir-se ágil e forte, o cultivar a força e a agilidade, se não fosse para ousar? Mas a ousadia que tu inspiras nada tem da temeridade que anima o aventureiro, que arrisca, ao simples acaso, tudo o que tem. Porque é uma ousadia prudente e refletida.
V Oh! Esporte, tu és a Honra! Os títulos que tu conferes não têm qualquer valor, se adquiridos por meio diferente da lealdade absoluta e do perfeito desinteresse. Aquele que, por artes inconfessáveis, consegue enganar os seus camaradas, acaba por sentir a vergonha, no mais íntimo de si próprio, e temer o epíteto infamante que ficará ligado ao seu nome, se descoberta a fraude que o beneficiou.
VI Oh! Esporte, tu és a Alegria! Ao teu chamamento, o corpo alegra-se, os olhos sorriem e o sangue circula, abundante e rápido, nas artérias. O horizonte dos pensamentos torna-se mais claro e límpido. Mesmo àqueles a quem a tristeza afeta, podes levar a salutar distração das suas penas, e aos felizes facultas a plenitude da alegria de viver.
VII Oh! Esporte, tu és a Fecundidade! Por vias diretas e nobres, encaminhas ao aperfeiçoamento da raça, destruindo os mórbidos germes e corrigindo as taras que a ameaçam, na sua pureza indispensável. Inspiras ao atleta o desejo de ver crescer, à tua volta, filhos bem vivos e robustos, que lhe hão-de suceder na arena, e ganhar, por sua vez, festejados louros.
VIII Oh! Esporte, tu és o Progresso! Para bem te servir, é necessário que o homem se aperfeiçoe, no corpo e na alma. E tu impões-lhe o cumprimento duma higiene superior e o afastamento de todo o excesso. Ensinas-lhe as regras sensatas que hão de lhe permitir no seu esforço o máximo de intensidade, sem comprometer o equilíbrio da saúde.
IX Oh! Esporte, tu és a Paz! Estabeleces relações felizes entre os povos, aproximando-os no culto da força dominada, organizada e senhora de si própria. Contigo, a juventude universal aprende a respeitar-se, e assim a diversidade das qualidades nacionais torna-se a origem duma generosa e pacífica emulação.

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