terça-feira, 16 de abril de 2013

Gigante Para Sempre e o Gol Iluminado de 1975


As relíquias são objetos que  estimulam a memória. Podem ser históricas ou pessoais. No mundo  a memória histórica se faz com a preservação e exposição de objetos que lembram a cultura, religião, biologia, folclore, etc. Em Turim há o famoso Santo Sudário conceituado como o pano de linho que teria recoberto Cristo. Na famosa Praça Vermelha de Moscou  está preservado o corpo mumificado de Lenin. Portanto, até na fé da religião ou da ideologia política encontram-se relíquias.

No Futebol é a mesma coisa. Estão aí  os museus com taças, bolas, uniformes, flâmulas.

O Sport Club Internacional já tem seu museu e o Beira Rio, em que pese a reforma, ainda guarda suas relíquias.

Movido por uma incontida saudade bem como pelo dever de fiscalização, na belíssima manhã outonal do dia 13 de abril, fiz parte de uma delegação de conselheiros integrantes do Movimento Convergência Colorada em visita às obras do Gigante para Sempre.

O estádio  apresenta novos espaços.

Houve, finalmente, a união da Coréia com a Geral . Para quem frequentou estas duas áreas posso afirmar que o espírito colorado se mantém. Ainda que o estádio esteja em obras sua alma não sai dali e, mesmo num Beira Rio vazio, o Colorado que visita sua casa sente a  emoção  da paixão vermelha.

A história do Internacional é marcada por vários fatos marcantes.

Particularmente me lembro quando estava no estádio no dia 14 de dezembro de 1975, sob o já não existente Boné do Beira Rio,  quando Valdomiro  bateu a falta e, parado, como numa foto, Figueroa, cabeceou a bola fora do alcance do grande arqueiro Raul.

O um a zero que sagrou o campeão brasileiro de 1975.

O um a zero que colocou o Rio Grande do Sul no mapa e na história do futebol brasileiro cuja condução política e administrativa até os dias de hoje insiste em polarizar o futebol somente em RJ e SP, mas isto é outro tema.

Lembro do GOL ILUMINADO.

Naquele momento o mais belo por do sol   do planeta, guardadas as proporções da nossa humildade, começava a dar cores ao nosso Guaíba e, um facho de luz formando um sendero vermelho iluminou um pedaço de campo. O ponto exato do cabeceio de Don Elias.

Existem fotos e filmes daquele movimento e daquela luz.

Até o final dos tempos haverá este registro.

Daquele jogo a minha lembrança física era  o ingresso que guardei com carinho mas que se perdeu nas mudanças da vida.

O ingresso era minha relíquia.

Mas as relíquias não podem ser  de um único dono.

Daí convoco TODOS OS COLORADOS  para ajudar na campanha de guardar este momento  através de outra relíquia.

Desejo simplesmente que preservem a JANELA DO GOL ILUMINADO.

Uma janela simples de esquadria de ferro que ainda está ali sobre as cadeiras.

Apenas uma janela.

 A janela que permitiu que um raio de sol iluminasse o gol que mudou a história do nosso Clube.

O Estádio renovado é um presente  para a Maior Torcida mas pequenos pedaços ou relíquias podem ser preservadas.

Em 2075 quando torcedores passearem pelo estádio um dos pontos de parada será a  observação da janela, da sua luz imaginária com foco no Figueroa e, ainda que a nova cobertura traga outras luzes, outros ventos, outros sons, a janela será um portal que unirá as gerações vermelhas.

É isto: Preservem aquela janela.


Vitor Saydelles
Sócio colorado desde 1997, sob a matrícula nº 8970.00, é bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, advogando desde 1986. Conselheiro do Sport Club Internacional.

“A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas”. Mario Quintana. 

Twitter: @vitorsaydelles

Pau na concorrência!

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