Vou me ater aos jovens atletas.
Muriel é formado nas categorias de base do Inter, mas até chegar à titularidade foi emprestado à Portuguesa de Desportos e Caxias, retornando ao Inter e ficando na reserva de Lauro, Renan e Pato Abbondazieri, somente após o fracasso destes três goleiros que veio a ter oportunidade como titular no Inter.
Jackson está no Inter desde o início do ano, mas somente veio a ter oportunidades quando Bolívar saiu do time pelo clamor da torcida, Índio e Juan se lesionaram. Se estes fatos não tivessem ocorridos, continuaria a ser um desconhecido a treinar no Beira-rio perambulando entre o Inter B e os reservas.
Josimar é outro jogador formado nas categorias de base, teve que peregrinar por vários clubes menores, atuar por muito tempo jogando no Inter B, para vir se a se destacar na Ponte Preta e finalmente ser integrado ao grupo principal. Neste meio tempo o Inter foi desperdiçando dinheiro com Glaydson e Wilson Matias, por exemplo. Mesmo assim, atualmente em muitas partidas sequer figurava no banco de reservas, bastou receber oportunidades para mostrar a sua qualidade.
Fred era outro preterido, somente vindo receber chances devido às lesões de D'Alessandro e Dátolo e o afastamento por indisciplina do Jajá, e ser testado, sem sucesso, várias vezes a formação com três volantes, para somente após isto receber oportunidade como titular.
Cassiano, talvez o jogador com maior destaque nas últimas partidas, somente veio a receber oportunidades devido às lesões de Dagoberto, Otávio e Rafael Moura, convocações de Fórlan e Damião, além de Marcos Aurélio, Maurídes e Mike não terem correspondido, e ainda teve que esperar o Jajá não dar resposta positiva jogando improvisado no ataque, ou seja, foi a décima opção.
Esta breve análise deixa claro que os jovens que vem apresentando boas atuações eram relegados, somente vindos a entrar no time por falta de opção e não porque havia convicção na sua qualidade. Enquanto isto fomos perdendo pontos no campeonato brasileiro e gastando dinheiro em contratações, nas quais pagamentos altos salários e não apresentaram resposta satisfatória.
As questões acima expostas nos remetem a reflexão sobre o processo de avaliação das potencialidades existentes no elenco e nas categorias de base, o qual se apresenta claramente falho, merecendo ser revisto para evitar desperdícios de bons jogadores e dinheiro, nos obrigando a vender os principais talentos para cobrir as despesas de contratações caras e equivocadas.
Marcos Marino
Sócio colorado desde 2004, sob o nº 037576.00. Graduado em Direito, e Conselheiro do Clube desde 2010, tendo sido Diretor das Categorias de Base do INTERNACIONAL em 2010.
Twitter: @marcos_marino
Correm os anos, surge o amanhã, radioso de luz varonil!


8 comentários:
Só discordo em relação ao Mike: teve pouquíssimas chances e não decepcionou, dá para ver que tem qualidades.
Só uma coisa: o Cassiano foi contratado do Esportivo em meio ao campeonato, portanto, ele não aguardou o fracasso de Maurides e Mike - estes foram lançados antes pq já estavam no clube. Ele não foi, portanto, a 10ª opção.
sem falar da boa atuação do Bollati, e boa entrada do Dagoberto, que teve participação direta em dois gols.
A boa vitória de ontem, vindo com goleada, não esconde o fato que deve ser feita um limpa no plantel, enxugando a folha salarial.
Não só o plantel, mas também essa diretoria que através do presidente Luigi, se torna lenta em suas decisões, e até OMISSA.
Luis Felipe,
mas enquanto o cassiano atuava pelo Inter B, o Maurides e Mike estavam recebendo chances no time principal, concomitantemente.
Discordo de quase tudo. Na boa intenção de encontrar meios de melhorar o sistema de avaliação dos jogadores do Inter, o Marino pressupõe que o clube deva ser "onisciente" a ponto de PREVER os fracassos de suas grandes contratações, tanto quanto PREVER quais são os garotos da base que poderão dar resposta satisfatória ao subir para o time titular. Desconsidera o fato de que os atletas, titulares ou não, também têm fases boas e ruins que se alternam ao longo da carreira. E ainda parte da premissa de que é um "erro" promover a substituição gradual de jogadores que não estão bem por outros que possam dar melhor resposta (como nos casos de Muriel e Fred, que foram recebendo chances à medida que os titulares pararam de jogar bem).
Ora, é óbvio que tais jogadores receberam chances à medida que os titulares foram ficando pelo caminho. Trata-se de um processo natural de evolução do grupo. Ninguém chega para um D'Alessandro e diz "Na próxima temporada tu vai para a reserva porque, enfim, é provável que tu não jogue tão bem quanto vinha jogando na temporada atual". O fato de existirem jogadores na base que servem de opção é MÉRITO do clube, que ao longo dos anos vem criando e mantendo uma reserva de talentos mais ou menos satisfatória para momentos como estes, em que os chamados "medalhões" realmente deixam a desejar.
Concordo, no entanto, com a essência do texto, que é a de propor uma reflexão sobre meios de evitar desperdícios de recursos e contratações inúteis. A operação do "negócio-futebol" tem essa margem de risco e, às vezes, o clube realmente se expõe demais à ela, como mostram alguns exemplos citados no texto – além de Jajá, eu lembraria ainda do Luiz Adriano, o inesquecível Imperador do Nordeste. Mas o esforço para minimizar o risco e tornar a gestão mais eficiente não passa por uma devassa no grupo atual, e sim por uma política de longo prazo, que vá formatando o grupo aos poucos, de modo que tenhamos menos peças sobressalentes de qualidade alta – em vez de muitas peças de qualidade média, baixa ou inexistente.
Com todo respeito e amizade que tenho ao autor, submeto-me às réplicas, tréplicas e infinéplicas neste debate que só tende a fazer bem a todos nós, colorados.
Concordo com o comentario acima do Andreas. Não tem como prever fracassos.
Foi bom ver a gurizada jogar ontem. Cassiano, Fred, Jackson e Ygor em especial. Muito bom o Muriel firmado e o Bolatti tendo pelo menos oportunidade. Dagoberto com vontade. E agora, tendo todos disponíveis, Cassiano, Dagoberto, Damião, Forlán, bom de escolher 2.
Acho que não seja caso de PREVER FRACASSO, não vejo no post essa possível pressuposição por parte do Marino. O ponto - e que concordo com ele - é a comissão técnica conhecer a base que tem e não insistir demasiadamente com o que não está funcionando. O caso dos goleiros, Bolívar ano passado e este, Wilson Mathias e Jajá são emblemáticos. Como seria nosso final de 2010 se quando o Alecsandro se machucou no Brasileirão e entrou muito bem o Damião ele permanecesse no time, independente da recuperação do Cone?
Os diversos exemplos citados no texto foram para demonstram que os erros de avaliação não são pontuais, mas sistemáticos.
Em momento algum defendo que os gestores do futebol devem ser oniscientes, apenas cito exemplos para demonstrar que há claramente uma falha no critério de contratação de jogadores e lançamento dos jovens atletas. Acredito que a estabelecimento de critérios reduz significativamente margem de erro, os quais pelos exemplos citados no post, é alta.
O lançamento dos jogadores atualmente não é algo programado, assim como foram os lançamentos de Nilmar e Pato, por exemplo. Somente são aproveitados por necessidade e geralmente observada a preferência do treinador.
Porque não testaram Muriel e Cassiano, já que estavam no grupo, antes de contratar o Lauro e Rafael Moura? Agora nos temos estes dois jogadores com contratos longos e sentados no banco de reservas ou nem isto.
No caso do Fred fica mais gritante a falta de critério. O Fred integrou o grupo principal no início do ano e vinha realizando os treinamentos normalmente. No entanto, na oportunidade que faltaram meias, quem recebeu oportunidades no time titular foi o Lucas Lima e Mike, que estavam no Inter B, sequer treinando com o grupo principal, simplesmente porque o treinador preferia os dois.
Estes fatos deixam claro que não há um critério definido pelo clube de promoção dos jovens jogadores e de contratações, sendo feitas de acordo a necessidade ou entendimento do treinador.
Isto é preocupante, quantos jogadores das categorias de base será que foram desperdiçamos porque simplesmente o treinador prefere trazer um “Marcos Aurélio” de fora?
Ainda, podes notar que os jovens geralmente entram no time nas chamadas “frias”, quando o time joga muito desfalcado, tendo que o jovem jogador ter que assumir a responsabilidade e se não corresponde pode ser “queimado”. Assim, somente os jogadores de exceção se mantêm e jogadores médios inevitavelmente naufragam e o pior, o clube acaba gastando bastante dinheiro na contratação de jogadores médios.
Portanto, é premente no clube a implantação de uma política de promoção dos jovens ao profissional, os integrando ao grupo principal e recebendo oportunidades aos poucos, adquirindo confiança, maturidade e experiência para quando os titulares estiverem em mau momento ou impedidos de atuar os jovens estejam mais preparados para suportar a pressão.
Igualmente, é premente uma mudança na política de contratações, somente trazer novos jogadores analisar e dar oportunidades para os jogadores disponíveis no grupo.
Um grande abraço e é sempre bom debater idéias sobre o Inter.
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