domingo, 28 de outubro de 2012

Profissionalização para mais estabilidade no Clube

A cada dois anos, sempre que ocorre eleição para escolher o mandatário do Inter para o biênio seguinte e para renovar 50% das vagas eletivas do Conselho Deliberativo, surge a discussão sobre possíveis problemas decorrentes desta transição política. Discutimos a consequência, mas esquecemos da causa. Isso muda o foco do que realmente é importante debater neste momento que antecede o pleito colorado. 

A profissionalização na gestão dos clubes de futebol no Brasil ainda engatinha. Orçamentos acima de 200 milhões anuais são geridos de forma semiamadora. Há quem diga que já existe uma administração profissional. Confundem remunerar cabos eleitorais e parceiros de grupos que dão sustentação política com profissionalização. Quando muda a gestão, na maioria das vezes, estes “profissionais” são substituídos por outros “profissionais” alinhados com o novo presidente e levam o know-how do período que estiveram no Clube. Outro lado nefasto desta nomeação política é ausência de indicadores de desempenho. A manutenção no cargo ocorre por lealdade ao seu grupo político e não pela capacidade profissional.

Se tivéssemos uma administração profissional com gestores contratados no mercado, especialistas em suas áreas, a história seria diferente. Sem ligação com grupos políticos, as principais áreas do clube como Financeiro, Marketing, RH, TI, entre outras, permaneceriam estáveis na troca do presidente. A permanência dos profissionais estaria associada a sua competência no desempenho de sua função. Ao clube interessa se os resultados e metas estão sendo atingidos e isto pode ser facilmente mensurado. Com estabilidade nas áreas administrativas, o presidente poderia focar naquilo que é mais importante para o Clube, e que é sua razão ser: futebol.

Não há dúvida, que algumas mudanças ocorreram nos últimos anos. Antigamente existiam dezenas de vice-presidências espalhadas pelas diversas áreas do Clube. Eram verdadeiros feudos que não se conversavam entre si por representarem diferentes correntes políticas. Quem era do marketing e pertencia ao movimento “A” não cooperava com o administrativo por que este pertencia ao movimento “B” e assim por diante. Embora externamente, os discursos eram alinhados para manter o status quo. A tão propalada unificação ou pacificação que acalmava os ânimos de quem desejasse ter uma carteirinha de Diretor de Alguma Coisa.

Quando o Convergência Colorada dá tanta ênfase para o profissionalismo não é por acaso. Foi feito este diagnóstico do Sport Club Internacional e foram levantados estes problemas. Mas o Convergência foi além, e apresentou uma solução alternativa e inadiável para esta forma de administração ultrapassada. O resultado pode ser obtido no seu Plano de Gestão. Sugiro a leitura do documento para discutirmos sobre ele nos posts futuros. Nada é perfeito ou acabado e o Plano do Convergência não tem esta pretensão, por isto o feedback é sempre bem-vindo.

É compreensível que o torcedor só se manifeste politicamente após os resultados dentro de campo ao longo do ano. Se ocorrem vitórias, as manifestações são favoráveis ao grupo que comanda o Clube, mas a opinião muda quando as derrotas acontecem. Espera-se, no entanto, que o sócio entenda que o momento para se manifestar é quando existe o processo eleitoral. O resultado dentro de campo é decorrência das práticas administrativas. Por isso insisto na ideia de que as eleições são boas para o Clube, ao contrário do que possa parecer. É a oportunidade de discutir formas de gestão que propiciem um crescimento sustentável ao longo dos anos, seguindo sua senda de vitórias.


Adir Carlos Rodrigues 
Sócio colorado desde 1999, matrícula 004406.00 e conselheiro desde 2006. Graduado em Administração, Pós-graduado em Segurança da Informação, Servidor Público Federal. 

 "Não concordo com uma palavra do que dizes, mas defenderei até o ultimo instante seu direito de dizê-la" (Voltaire). 

Twitter: @adirpoa
Facebook: Adir Carlos Rodrigues

2 comentários:

Unknown disse...

Um clube de futebol deve ser administrado como uma empresa, onde profissionais competentes são colocados nas áreas segundo suas expertises. Uma empresa não sobrevive com amadorismo. Um clube de futebol pode sobreviver?

Unknown disse...

queremos um clube onde a verdadeira essencia seja o futebol,mas com responsabilidade uma folha de barcelona e 0 futebol de sapucaience.

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